segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A ORIGEM DA VIDA E A TEORIA GRADUAL DOS SISTEMAS QUÍMICOS


A preocupação do ser humano em desvendar a origem da vida data de antes de Cristo, tendo sido elaboradas várias hipóteses no decorrer de vários séculos. Por volta de 1927, os cientistas Oparin e Haldane elabora¬ram a hipótese mais aceita atualmente, que se baseia nas transforma¬ções e alterações da Terra primitiva. Segundo eles, a atmosfera primitiva era formada pêlos gases: NH3(amônia); CH4 (metano); H2 (hidrogénio) e vapor de água. Por causa das altas temperaturas, durante um longo pe¬ríodo ocorreu evaporação de água da superfície da Terra. Esses gases foram se acumulando na atmosfera e sofreram resfriamento, condensando-se e caindo em forma de chuvas.
O resfriamento da superfície terrestre permitiu que a água se acu¬mulasse nas depressões deixadas pelas erupções vulcânicas. A água car¬regava partículas presentes no solo e partículas oriundas da atmosfera para as depressões, originando os mares e oceanos. Com o passar do tempo, as águas dos oceanos foram se transformando em verdadeiros caldos de substâncias, que seriam os precursores da matéria orgânica.
As partículas foram-se aglomerando, dando origem a estruturas maiores - os coacervados (coacervar=reunir). Esses coacervados ainda não são seres vivos, mas aglomerados de substâncias orgânicas. Oparin e Haldane admitem que os coacervados continuaram a reagir entre si, dando origem a compostos mais complexos com capacidade de se repro¬duzir. Teria surgido a primeira forma de vida.

EXPERIÊNCIA DE STANLEY L. MILLER
Utilizando um aparelho formado por um sistema de vidros, Miller misturou os elementos químicos NH3, CH4, H2 e H20, simulando a atmos¬fera primitiva. Com a ação de descargas elétricas, simulou os raios que provavelmente atingiram a Terra primitiva. No fim da experiência, verificou que a mistura continha moléculas orgânicas, entre elas aminoácidos, substâncias que formam as proteínas. Essa experiência reforçou assim a hipótese gradual dos sistemas químicos de Oparin e Haldane.
A HIPÓTESE HETEROTRÓFICA
Para um ser vivo realizar suas funções e se reproduzir precisa de energia. Essa energia é obtida por meio dos alimentos.
Os primeiros seres vivos eram estruturas simples, viviam em ambi¬entes aquáticos, cercados por matéria orgânica (mares e oceanos primitivos) e incorporavam essa matéria orgânica para produção de energia. Seriam portanto seres heterotroficos (incapazes de produzir seus próprios alimentos).
Nas condições atuais da Terra, a transformação dos alimentos em energia ocorre graças às reações com o oxigénio. Supondo que ò oxigénio não fazia parte da atmosfera e de mares primitivos, os primeiros seres vivos conseguiam energia por meio de um processo anaeróbico -fermentação.
Esses organismos anaeróbicos ou fermentadores reproduziam-se continuadamente, provocando escassez de matéria orgânica. Algumas mutações podem ter acontecido, permitindo a alguns seres utilizar a energia solar como fonte de energia. Surgiram assim os primeiros seres autótrofos ou fotossintetizantes (capazes de produzir seus próprios alimentos por meio da matéria inorgânica: gás carbónico, luz e água).
No processo da fotossíntese ocorreu a liberação de gás oxigénio (02) para a atmosfera, e com a presença desse gás surgiu a respiração aeróbica.
A conclusão da hipótese heterotrófica é de que ocorreu primeiramente a fermentação, em seguida a fotossíntese e posteriormente a respiração.

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